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Quando não desejo orar

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Você se incomoda com sua própria frieza espiritual? Apesar de sua carência você não tem buscado a Deus por meio da oração? Ocorre com você o vaguear da mente nos momentos devocionais?

João Calvino afirma que as Escrituras contêm inúmeros exemplos de que: “… a fé dos santos era frequentemente misturada a dúvidas e medos, de modo que, enquanto criam e tinham esperança, revelavam certo grau de incredulidade”. Essa realidade não é mencionada para que possamos nos desculpar de nossos fracassos, antes o intuito é que nos recordemos de algumas verdades importantes.

Primeiro, considere a justiça de Deus. Poderíamos pensar que por Deus saber que somos todos falhos, ele não se importa com a nossa negligência em relação à oração, e a recebe independentemente de como ela é feita. Mas não é o que o Espírito Santo revela nas Escrituras. O salmista reconheceu: “Ó Senhor, Deus dos Exércitos, até quando andarás indignado contra a oração do teu povo?” (Salmos 80.4). Essa verdade deve nos levar ao temor e à seriedade dessa tarefa diante de Deus.

Em segundo lugar, considere essa realidade como uma circunstância que deve induzi-lo à confissão de pecados. Pecamos não somente pela omissão na oração, mas pela forma superficial como a fazemos. Devemos ver em nossa fraqueza e inconstância devocional um motivo para a confissão sincera diante de Deus, e não um pretexto para nos afastarmos do Senhor.

Por fim, considere a graça do nosso Senhor Jesus. O autor de hebreus (4.16) declara: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. A despeito de nossos pecados, nossa indisposição e nossas mazelas, quando humildemente nos aproximamos de Deus Pai, no nome de Cristo Jesus (Mt 21.22), pela intercessão do Espírito (Rm 8.26-27), Deus, por graça, nos vivifica e nos recebe em sua presença. Porque fomos redimidos, justificados e adotados podemos agora, com intrepidez, entrar na presença de Deus, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho (Hb 10.19) e clamarmos “Aba Pai!”. Assim, “aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura” (Hb 10.22).

Portanto, quando você se sentir enfraquecido e inabilitado a orar, não desista! Considere a justiça divina e tema ao Senhor; confesse seus pecados, para que haja transformação; e agarre-se à graça de Cristo Jesus, para que, então, você persevere em oração e comunhão com Deus!

Rev. Marcos Cleber Siqueira