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Guiados pela Palavra

Para nós, cristãos, a “Palavra de Deus é fonte de autoridade de Deus para o nosso pensar, crer, sentir e agir. A Palavra de Deus é suficiente.” (Hermisten Maia). A Palavra não muda. Seus princípios norteiam nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Ela é padrão em todas as culturas e eras. O cristão tem como sua única regra de fé e prática a Bíblia. Quando qualquer outro conceito, não-bíblico, pautar nosso crer, sentir e agir; lembremos: ninguém pode servir a dois senhores.

Nossas opções ideológicas e escolhas dirão a quem servimos e quem somos. Seguir o curso deste mundo é característico dos filhos da ira (Ef 2.1-3). O analfabetismo bíblico é marcante em nossa era. A indisposição para o estudo da Bíblia é patente. Não é de se admirar a facilidade com que muitos têm sido levados de um lado para outro, guiados por vãs filosofias, por ideologias políticas e religiosas opostas às Escrituras. Recorrer a líderes que corroboram nossas ideias não nos salvará do erro. A Palavra de Deus continua sendo a nossa fonte, e por ela devemos julgar todo ensino que ouvimos fora e dentro da Igreja. Sigamos o exemplo dos crentes de Beréia que “receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17.11).

Além de nos guiar, a Bíblia aponta para o nosso salvador. Disse Jesus: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5.39). A Palavra não tem poder salvífico em si, mas aponta para o salvador. É precisamente pela palavra escrita que nós, que vivemos depois de Cristo, temos acesso à Palavra viva de Deus, que nos é entregue — Jesus Cristo! Ideologias mundanas, no entanto, deturpam a visão de quem é Cristo. Baseados em conceitos antibíblicos, criamos um Cristo a nossa imagem. Como bem observou John Stott: “A verdade é que existem muitos “Cristos” sendo oferecidos nas religiões comerciais do mundo, e muitos deles são falsos Cristos, Cristos distorcidos, caricaturas do Jesus autêntico. Atualmente, por exemplo, encontramos o Jesus capitalista competindo com o Jesus socialista. Há também o Jesus asceta se opondo ao Jesus glutão. Porém, todos são distorcidos e nenhum deles merece nossa adoração e culto”. Se queremos desenvolver uma maturidade verdadeiramente cristã, precisamos, acima de tudo, de uma visão renovada e verdadeira de Jesus Cristo, alicerçada nas Escrituras.

A Palavra de Deus adverte: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” (Isaías 5.20-21). Aquele, porém, que “não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmo 1), este sim, será verdadeiramente feliz.

Rev. Marcos Cleber S. Siqueira