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Dê-me seu filho!

Dê-me seu filho!Deus havia chamado Abraão e dado a ele sentido, uma direção: “Vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome” (Gn 12.1-2). Como um homem velho e uma mulher estéril poderiam ser ascendentes de uma grande nação? Deus promete um descendente. Abraão crê. Deus cumpre sua promessa. Sara, sua esposa, que havia rido ironicamente ao ouvir a promessa, agora ri de alegria.

Passadas estas coisas, Deus prova Abraão: “ofereça-o a mim”. Quem? Teu filho; teu único filho, Isaque, aquele a quem amas. Como? Entregue-o em holocausto. Quando? Agora. Onde? Em uma das montanhas na terra de Moriá. Por que? Isso não lhe será ainda revelado. E se isso tivesse acontecido com você? Como você se sentiria na pele de Abraão? Isaque não era só um filho amado, mas a garantia de cumprimento de todas as promessas de Deus feitas a Abraão. Em nossa vida, sempre há algo em que investimos para conseguir um nível de alegria e satisfação. Pode ser um filho, carreira, um relacionamento afetivo.

Os momentos mais dolorosos são quando essas coisas, nossos “Isaques”, são tirados de nós. Nessas circunstâncias, podemos lamentar, optar pela amargura, desespero e autocomiseração. Ou como Abraão você pode caminhar para as montanhas. Você pode dizer: “Percebo que estás me chamando a viver minha vida sem algo que nunca pensei que conseguiria viver sem. Mas se tenho tua presença, tenho a única riqueza, amor, honra e segurança de que realmente preciso e que não posso perder”. “Como muitos aprenderam e depois ensinaram”, declara Timothy Keller, “você não percebe que Jesus é tudo o que você precisa até que Jesus seja tudo o que tem”.

Abraão foi provado e aprovado porque o Senhor era sua porção e recompensa. Deus, por sua vez, impediu Abraão de matar seu filho. O Senhor proveu um cordeiro para poupar a vida de Isaque. Tanto Isaque, quanto nós dependemos de um Cordeiro que morre em nosso lugar para que tenhamos vida. Deus não poupou seu próprio Filho no calvário, para que nós, através dele, tivéssemos vida e paz com Deus, em sua morte e ressurreição.

A nossa vida depende do Cordeiro. Nele todas as nossas carências são supridas. Nele temos toda satisfação. Assim, quando olhamos para Jesus e nos alegramos pelo que ele fez por nós, encontramos contentamento e esperança necessárias para seguir o chamado de Deus, ainda que o terreno seja árido e espinhoso. “Quem tenho eu no céu além de ti? E quem poderia eu querer na terra além de ti? Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Salmo 73.25-26).

Rev. Marcos Cleber